PENSAMENTOS...
É comum se ouvir falar de ingratidão. A maior
forma de se conhecer o íntimo de alguém é observar o grau de agradecimento e reconhecimento
que ele apresenta, seja para você mesmo ou para os outros.
Basta
uma pequena contrariedade, esquece-se de todos os benefícios recebidos. Dos
abraços, das promessas, das alegrias repartidas e vividas em conjunto.
Quem é ingrato trai, mente, machuca e não faz
apenas para uma pessoa, uma única vez, faz para todas as pessoas, o tempo todo.
De todas as imperfeições que o ser humano
pode demonstrar, a ingratidão é a que mais dói e a mais letal.
Uma antiga lenda judia explica muito bem essa
questão da ingratidão. Um homem foi condenado à morte e iria ser apedrejado. Os
carrascos lhe jogaram grandes pedras e o réu suportou o terrível castigo em
silêncio. Nenhum grito. Na sua condição, compreendia que a desgraça havia caído
sobre ele e que seus gritos de nada serviriam.
Passou por ali um homem que havia sido seu
amigo. Pegou uma pequena pedra e atirou na direção do condenado. Somente para
demonstrar que não era do seu partido.
O pobre condenado, atingido pela diminuta
pedra, deu um grito estridente.
O rei, que a tudo assistia, ordenou que um de
seus lacaios perguntasse ao réu porque ele gritara quando atingido pela pequena
pedra, depois de haver suportado sem se perturbar as grandes.
O condenado respondeu: As pedras
grandes foram atiradas por homens que não me conhecem, por isso me calei. Mas o
pequeno seixo foi jogado por um homem que foi meu companheiro e amigo. Por isso
gritei.
Lembrei de sua amizade nos tempos de minha
felicidade. E agora vi sua felicidade quando me encontro na desgraça.
O rei compadeceu-se e ordenou que o pusessem
em liberdade, dizendo que mais culpado do que ele era aquele que abandonava o
amigo na desgraça.
A lenda nos mostra o quanto dói a ingratidão
de um amigo. Naturalmente, quanto mais estimamos e confiamos em alguém, mais
nos atormentará a sua traição. A sua ingratidão.
Nas Sagradas Escrituras há um relato de uma
experiência do próprio Salvador com a ingratidão. Em Lucas, capítulo 17, nos
versículos de 11 a 19, vemos o seguinte: “E aconteceu que, indo ele a Jerusalém, passou pelo meio de Samaria e
da Galiléia; e, entrando numa certa aldeia,
saíram-lhe ao encontro dez homens leprosos, os quais pararam de longe; e
levantaram a voz, dizendo: Jesus, Mestre, tem misericórdia de nós. E ele,
vendo-os, disse-lhes: Ide, e mostrai-vos aos sacerdotes. E aconteceu que, indo
eles, ficaram limpos. E um deles, vendo que estava são, voltou glorificando a
Deus em alta voz; e caiu aos seus pés, com o rosto em terra, dando-lhe graças;
e este era samaritano. E, respondendo Jesus, disse: Não foram dez os limpos? E
onde estão os nove? Não houve quem voltasse para dar glória a Deus senão este
estrangeiro? E disse-lhe: Levanta-te, e vai; a tua fé te salvou.” Com certeza aquele que voltou e agradeceu
recebeu infinitamente mais bênçãos do que os outros que não voltaram.
É importante pois que examinemos nossas
próprias ações, observando se não somos ingratos. Em especial com aqueles que
estenderam a preciosidade da sua amizade, por longos e longos anos. E se alguém
nos retribuir com a ingratidão o bem que doamos, é melhor receber a ingratidão
do que exercê-la em relação ao próximo.
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